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Laboratório - Estudos

Vanguardas Artísticas Brasileiras:

artistas, contexto e produções

Início: 

Dias/Horários:

Valor:

Público: 

Idade mínima: 18 anos.

Nº de vagas: 06

 

Mediação: Arlete Fonseca de Andrade tem formação em sociologia e antropologia. Participou de diversos cursos de arte, cuadoria e exposições. Escreve artigos de artes visuais para os sites: Obvious Magazine e Domi Galeria de Arte. Atualmente desenvolve pesquisa sobre cultura e imagem contemporânea.

Hélio Oiticica (Rio de Janeiro RJ 1937 - idem 1980). Inicia, com o irmão César Oiticica, estudos de pintura e desenho com Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), em 1954. Nesse ano, escreve seu primeiro texto sobre artes plásticas; a partir daí o registro escrito de reflexões sobre arte e sua produção torna-se um hábito. Participa do Grupo Frente em 1955 e 1956 e, em 1959, passa a integrar o Grupo Neoconcreto. Abandona os trabalhos bidimensionais e cria relevos espaciais, bólides, capas, estandartes, tendas e penetráveis. Em 1964, começa a fazer as chamadas Manifestações Ambientais. Na abertura da mostra Opinião 65, no MAM/RJ, protesta quando seus amigos integrantes da escola de samba Mangueira são impedidos de entrar, e é expulso do museu. Realiza, então, uma manifestação coletiva em frente ao museu, na qual os Parangolés são vestidos pelos amigos sambistas. Participa das mostras Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira, apresentando, nesta última, a manifestação ambiental Tropicália. Em 1968, realiza no Aterro do Flamengo a manifestação coletivaApocalipopótese, da qual fazem parte seus Parangolés e os Ovos, de Lygia Pape. Em 1969, realiza na Whitechapel Gallery, em Londres, o que chama de Whitechapel Experience, apresentando o projeto Éden. Vive em Nova York na maior parte da década de 1970, período no qual é bolsista da Fundação Guggenheim e participa da mostra Information, no Museum of Modern Art - MoMA. Retorna ao Brasil em 1978. Após seu falecimento, é criado, em 1981, no Rio de Janeiro o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar, analisar e divulgar sua obra, dirigido por Lygia Pape, Luciano Figueiredo e Waly Salomão. Entre 1992 e 1997, o Projeto HO realiza grande mostra retrospectiva, que é apresentada nas cidades de Roterdã, Paris, Barcelona, Lisboa, Mineápolis e Rio de Janeiro. 

Lygia Pimentel Lins (Belo Horizonte MG 1920 - Rio de Janeiro RJ 1988). Muda-se para o Rio de Janeiro, em 1947, e inicia aprendizado artístico com Burle Marx (1909-1994). Entre 1950 e 1952, vive em Paris, onde estuda com Fernand Léger (1881-1955), Arpad Szenes (1897-1985) e Isaac Dobrinsky (1891-1973). De volta para o Brasil, integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa (1923-1973). É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto e participa da sua primeira exposição, em 1959. Gradualmente, troca a pintura pela experiência com objetos tridimensionais. Realiza proposições participacionais como a série Bichos, de 1960, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador. Nesse ano, leciona artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos. Dedica-se à exploração sensorial em trabalhos como A Casa É o Corpo, de 1968. Participa das exposições Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Reside em Paris entre 1970 e 1976, período em que leciona na Faculté d´Arts Plastiques St. Charles, na Sorbonne. Nesse período sua atividade se afasta da produção de objetos estéticos e volta-se sobretudo para experiências corporais em que materiais quaisquer estabelecem relação entre os participantes. Retorna para o Brasil em 1976; dedica-se ao estudo das possibilidades terapêuticas da arte sensorial e dos objetos relacionais. Sua prática fará que no final da vida a artista considere seu trabalho definitivamente alheio à arte e próximo à psicanálise. A partir dos anos 1980 sua obra ganha reconhecimento internacional com retrospectivas em várias capitais internacionais e em mostras antológicas da arte internacional do pós-guerra.

Lygia Pape (Nova Friburgo RJ 1927 - Rio de Janeiro RJ 2004). Escultora, gravadora e cineasta. Estuda com Fayga Ostrower (1920 - 2001), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ. Aproxima-se do concretismo e, em 1957, depois de integrar-se ao Grupo Frente, é uma das signatárias do Manifesto Neoconcreto. No ano seguinte, concebe com o poeta Reynaldo Jardim (1926) o Ballet Neoconcreto I, apresentado no Teatro Copacabana, e, dois anos mais tarde, participa da Konkrete Kunst [Exposição Internacional de Arte Concreta], em Zurique. No fim da década de 1950, inicia a trilogia de livros de artista composta por Livro da Criação, Livro da Arquitetura e Livro do Tempo. A partir dos anos 1960, trabalha com roteiro, montagem e direção cinematográficos e faz a programação visual de filmes do cinema novo. Ainda nos anos 1960, produz esculturas em madeira e realiza o Livro-Poema, composto de xilogravuras e poemas concretos. Em 1971, realiza o curta-metragem O Guarda-Chuva Vermelho, sobre Oswaldo Goeldi (1895 - 1961). Em 1980 vai para Nova York com bolsa de estudo da Fundação Guggenheim. Sua obra é pautada pela liberdade com que experimenta e manipula as diversas linguagens e formatos e por incorporar o espectador como agente. Dessa forma, suas experimentações seguem paralelas às de Hélio Oiticica (1937 - 1980) e Lygia Clark (1920 - 1988). Após a morte de Hélio Oiticica, organiza, com o artista gráfico Luciano Figueiredo (1948) e o poeta Waly Salomão (1943 - 2003), o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar e divulgar a obra do artista. Em 1990, com bolsa da Fundação Vitae, realiza o projeto Tteias, no qual combina luz e movimento. 

Waldemar Cordeiro. (Roma, Itália 1925 - São Paulo SP 1973). Nascido em Roma e filho de uma italiana e um brasileiro, é contudo registrado na Embaixada do Brasil, tendo portanto nacionalidade brasileira. Estuda no Liceu Tasso e na Accademia di Belle Arti. No início da década de 1940, durante o regime fascista, convive com membros do Partido Comunista italiano. O vínculo com o comunismo é mantido ao longo de sua vida. Começa a trabalhar como caricaturista, em 1943, para o jornal satírico Petirosso. Viaja ao Brasil para conhecer o pai, em 1946. Em São Paulo, começa a trabalhar como jornalista e crítico de artes na Folha da Manhã. Em 1947, pinta, com Bassano Vaccarini (1914-2002), os murais de Santa Rita, na Igreja Bom Jesus do Brás, em São Paulo. Retorna à Itália em 1948, momento em que inicia suas primeiras produçõesabstratas. De volta definitivamente ao Brasil, em 1949, participa da mostra inaugural do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), intitulada Do Figurativismo ao Abstracionismo. Além da pintura e da crítica, desenvolve amplo trabalho no campo do paisagismo. Mesmo mantendo uma postura crítica em relação ao projeto da Bienal Internacional de São Paulo, participa da primeira mostra, em 1951, e de diversas edições subsequentes. Torna-se teórico e líder doGrupo Ruptura, de caráter concreto, fundado em 1952, com a realização de exposição homônima no MAM/SP e lançamento de um manifesto. Em 1953, inaugura seu escritório de paisagismo, Jardins de Vanguarda. Participa, em 1956, da 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, realizada no MAM/SP. Realiza viagem à Europa em 1964 onde fortalece vínculos com artistas ligados ao Groupe de Recherche d'Art Visuel e se interessa também pela arte pop norte-americana, com forte presença na Bienal de Veneza daquele ano. Começa a série dos Popcretos, com Augusto de Campos. Em 1965, participa da exposição Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Em 1968, dá início às pesquisas de arte em computador, em parceria do físico Giorgio Moscati. Em 1971, organiza a exposição Arteônica. No ano seguinte ajuda a criar o Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (IA/Unicamp), dirigindo o Centro de Processamento de Imagens.

Mário Pedrosa (Timbaúba PE 1900 - Rio de Janeiro RJ 1981). Crítico de arte, jornalista, professor. Realiza seus estudos no Institut Quinche, em Lausanne, Suíça, em 1913. Entre 1920 e 1922, vive em São Paulo e trabalha como redator de política internacional no jornal Diário da Noite e produz artigos de crítica literária. Em 1923, forma-se pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Filia-se ao Partido Comunista Brasileiro - PCB em 1926. Viaja para a Alemanha em 1927, e estuda filosofia, sociologia, economia e estética na Universidade de Berlim. Retorna ao Brasil em 1929. Por volta de 1930, com o jornalista Fúlvio Abramo (1909 - 1993) e outros, funda um grupo de posição trotskista e envolve-se no movimento político comunista internacional. Por sua militância política, é preso em 1932. Em 1933 realiza, no Clube dos Artistas Modernos - CAM, a conferência "As Tendências Sociais da Arte de Käthe Kollwitz", sobre o trabalho da gravurista alemã.

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